Escola Estadual Elysio Athaide
Data:15/03/2011 Turma:M1
Serie: 8° serie 9° ano Turno:matutino
Professor: Edson Paiva Aluno:Arthur
Disciplina: Tecnologia e multmidia Assunto:civilizacão maia,astecas e incas CIVILIZAÇÃO MAIA
HISTORIA
A
civilização maia foi uma
cultura mesoamericana pré-colombiana, notável por sua
língua escrita (único sistema de
escrita do
novo mundo pré-colombiano que podia representar completamente o
idioma falado no mesmo grau de eficiência que o idioma escrito no
velho mundo), pela sua arte,
arquitetura, matemática e sistemas astronômicos. Inicialmente estabelecidas durante o
período pré-clássico (2000 a.C. a 250 d.C.), muitas cidades maias atingiram o seu mais elevado estado de desenvolvimento durante o período clássico (250 d.C. a 900 d.C.), continuando a se desenvolver durante todo o período pós-clássico, até a
chegada dos espanhóis. No seu auge, era uma das mais densamente povoadas e culturalmente dinâmicas
sociedades do mundo.
[1]
A civilização maia divide muitas características com outras civilizações da
Mesoamérica, devido ao alto grau de interação e difusão cultural que caracteriza a região. Avanços como a
escrita,
epigrafia e o
calendário não se originaram com os maias; no entanto, sua civilização se desenvolveu plenamente. A influência dos maias pode ser detectada em países como
Honduras,
Guatemala,
El Salvador e na região central do
México, há mais de 1000 km da área maia. Muitas influências externas são encontrados na arte e arquitetura Maia, o que acredita-se ser resultado do intercâmbio comercial e cultural, em vez de conquista externa direta. Os
povos maias nunca desapareceram, nem na época do declínio no período clássico, nem com a chegada dos
conquistadores espanhóis e a subsequente
colonização espanhola das Américas. Hoje, os maias e seus descendentes formam populações consideráveis em toda a área antiga maia e mantém um conjunto distinto de tradições e crenças que são o resultado da fusão das
ideologias pré-colombianas e pós-conquista (e estruturado pela aprovação quase total do
catolicismo romano). Muitas
línguas maias continuam a ser faladas como línguas primárias ainda hoje; o
Rabinal Achí, uma obra literária na
língua achi, declarada uma
obra-prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela
UNESCO em
2005.
As evidências
arqueológicas mostram que os maias começaram a edificar sua
arquitetura cerimonial há 3000 anos. Entre os estudiosos, há um certo desacordo sobre os limites e diferenças entre a civilização maia e a cultura mesoamericana
pré-clássica vizinha dos
olmecas. Os olmecas e os maias antigos parecem ter-se influenciado mutuamente.
Os monumentos mais antigos consistem em simples montículos remanescentes de tumbas, precursoras das
pirâmides erguidas mais tarde.
Eventualmente, a cultura olmeca ter-se-ia desvanecido depois de dispersar a sua influência na
península de Iucatã, na
Guatemala e em outras regiões.
Os maias construíram as famosas cidades de
Tikal,
Palenque,
Copán e
Calakmul, e também
Dos Pilas,
Uaxactún,
Altún Ha, e muitos outros centros habitacionais na área. Jamais chegaram a desenvolver um império embora algumas
cidades-estado independentes tenham formado ligas temporárias, associações e mesmo rápidos períodos de suserania. Os
monumentos mais notáveis são as pirâmides que construíram em seus centros
religiosos, junto aos
palácios de seus governantes. Outros restos arqueológicos muito importantes são as chamadas
estelas (os maias as chamam de
tetún, ou "três pedras"), monólitos de proporções consideráveis que descrevem os governantes da época, sua
genealogia, seus feitos de
guerra e outros grandes eventos, gravados em caracteres
hieroglíficos.
Os maias tinham economia preponderantemente agrícola embora praticassem ativamente o
comércio em toda a
Mesoamérica e possivelmente para além desta. Entre os principais produtos do comércio estavam o
jade, o
cacau, o
sal e a
obsidiana.
URBANISMO
Ainda que as cidades maias estivessem dispersas na diversidade da geografia da Mesoamérica, o efeito do planejamento parecia ser mínimo; suas cidades foram construídas de uma maneira um pouco descuidada, como ditava a
topografia e declive particular. A arquitetura maia tendia a integrar um alto grau de características naturais. Por exemplo, algumas cidades existentes nas planícies de
pedra calcária no norte do Iucatã se converteram em municipalidades muito extensas enquanto que outras, construídas nas colinas das margens do
rio Usumacinta, utilizaram os declives e montes naturais de sua topografia para elevar suas torres e templos a alturas impressionantes. Ainda assim prevalece algum sentido de ordem, como é requerido por qualquer grande cidade.
No começo da construção em grande escala, geralmente se estabelecia um alinhamento com as direções cardinais e, dependendo do declive e das disponibilidades de recursos naturais como água fresca (poços ou
cenotes), a cidade crescia conectando grandes praças com as numerosas plataformas que formavam os fundamentos de quase todos os edifícios maias, por meio de calçadas chamadas
sacbeob (singular
sacbe).
No coração das cidades maias existiam grandes praças rodeadas por edifícios governamentais e religiosos, como a
acrópole real, grandes templos de pirâmides e ocasionalmente campos de
jogo de bola. Imediatamente para fora destes centros rituais estavam as estruturas das pessoas menos nobres, templos menores e santuários individuais. Entretanto, quanto menos sagrada e importante era a estrutura, maior era o grau de privacidade. Uma vez estabelecidas, as estruturas não eram desviadas de suas funções nem outras eram construídas, mas as existentes eram freqüentemente reconstruídas ou remodeladas.
As grandes cidades maias pareciam tomar uma identidade quase aleatória, que contrasta profundamente com outras cidades da Mesoamérica como
Teotihuacán em sua construção rígida e quadriculada.
Ainda que a cidade se dispusesse no terreno na forma em que a natureza ditara, se punha cuidadosa atenção à orientação dos templos e observatórios para que fossem construídos de acordo com a interpretação maia das
órbitas das
estrelas. Afora os centros urbanos constantemente em evolução, existiam os lugares menos permanentes e mais modestos do povo comum.
O desenho urbano maia pode descrever-se singelamente como a divisão do
espaço em grandes
monumentos e
calçadas. Neste caso, as
praças públicas ao ar livre eram os lugares de reunião para as
pessoas. Por esta razão, o enfoque no desenho urbano tornava o espaço interior das construções completamente secundário. Somente no período pós-clássico tardio, as grandes cidades maias se converteram em
fortalezas que já não possuíam, a maioria das vezes, as grandes e numerosas praças do período clássico.
PRIMEIROS CONTATO
Foi somente em
4 de março de
1517 que a flotilha comandada por
Francisco Hernandes de Córdoba – que estava à cata de
índios para os escravizar nas fazendas de
Cuba –, fugindo a uma tempestade que já durava dois dias, aportou no norte do Iucatã e logo foi assediada por algumas canoas repletas de maias vestidos em túnicas de algodão e (em razão de suas aparências) os espanhóis logo lhes atribuíram
mais razão que os habitantes de Cuba.
As sólidas e grandiosas construções (
"casas de cal y canto"), visíveis do mar, inspiraram o nome que os espanhóis deram ao lugar: "Gran Cairo" que evocava a cultura
islamita da qual os ibéricos eram tradicionais adversários (recorrentemente chamavam as pirâmides de
mesquitas). Tratava-se do primeiro contacto entre as duas civilizações.
Entendendo-se por sinais, os espanhóis aceitaram o convite e desembarcaram no dia seguinte e, após duas horas de marcha continente adentro, foram surpreendidos pelo ataque dos maias no qual, já de início, sucumbiram 15 espanhóis. E sucumbiriam todos, se não fora o uso dos
mosquetes que, mais pelo barulho que pelo efeito fatal, pôs os atacantes em fuga.
Selo retratando Francisco Hernandez de Cordoba, editado na
Nicarágua.
Nos conta
Bernal Diaz de Castilho em sua obra
História da Conquista da Nova Espanha, que ficaram horrorizados pelo grande número de ídolos de argila, uns com cabeças monstruosas, mulheres de grande estatura, todos em cenas e gestos diabólicos e que …
Gonzales, o padre da expedição, passou os cinco dedos em diversos deles e confiscou todo o ouro que encontrou.
Apresando dois maias, a expedição se fez ao mar novamente e navegou a oeste e sul até chegar na atual
Campeche cujas duas grandes torres visíveis ao longe do mar inspiraram o nome
Punta de las Mujeres dado ao local.
Aí os espanhóis horrorizaram-se, pois o sacerdote local acabara de praticar um sacrifício, e as paredes, assim como os cabelos do sacerdote, estavam ensopados de sangue (e era preceito rigoroso que não se os podia limpar). O mal estar deve ter ficado explícito e o sacerdote, convocando um grande número de guerreiros, fez os espanhóis entenderem que não eram bem-vindos: acenderam uma pequena fogueira deram a entender que se eles não se fossem até o fogo se extinguir, iria haver violência.
Cautelosa a tripulação retirou-se e rumou mais para o sul até
Champoton onde desembarcaram pois a provisão de água dos navios tinha se acabado e era necessário renová-la. Tentando encher suas pipas e vasilhas num poço do maias, estes os hostilizaram e atacaram por dias a fio, flexando-os a distância do fio das espadas e dos tiros de mosquetes, que já não os assustavam.
Sem outra alternativa, os espanhóis romperam o cerco e fugiram em direção aos navios, abandonando as vasilhas de água. Na fuga, os batéis emborcaram e os espanhóis seguiram meio a nado, meio agarrados aos escombros, e depois foram resgatados.
Da centena de homens do início da expedição, neste embate cinqüenta foram mortos e os que não tiveram suas gargantas cortadas com espadas de madeira encravadas de
sílex foram capturados para servirem a futuros
sacrifícios, e todos os demais ficaram feridos a exceção de um único soldado que surpreendentemente saiu ileso.
O próprio cronista Bernal Diaz de Castilhos, então com 25 anos, havia levado três flechadas, e o chefe da expedição, Hernandes de Córdoba, veio a falecer das complicações dos ferimentos daqueles combates.
Feitos ao mar sem água potável, com pesadas baixas mas com um punhado de ouro, estes primeiros conquistadores foram o estopim para futuras expedições de outros tantos aventureiros. Assim se iniciava a conquista dos estados maias
CULTURA
Muitos consideram a arte maia da
Era Clássica (
200 a
900 d.C.) como a mais sofisticada e bela do
Novo Mundo antigo. Os entalhes e relevos em estuque de
Palenque e a estatuária de
Copán são especialmente refinados, mostrando uma graça e observação precisa da forma humana, que recordaram aos primeiros arqueólogos da civilização do
Velho Mundo, daí o nome dado à era.
Somente existem fragmentos da
pintura avançada dos maias clássicos, a maioria sobrevivente em artefatos funerários e outras
cerâmicas. Também existe uma construção em
Bonampak que tem
murais antigos e que, afortunadamente, sobreviveram a um acidente desconhecido até hoje.
Com as
decifrações da
escrita maia se descobriu que essa civilização foi uma das poucas nas quais os artistas escreviam seu nome em seus trabalhos.
RELIGIÃO
Pouco se sabe a respeito das tradições religiosas dos maias, a religião ainda não é completamente entendida por estudiosos. Assim como os
astecas e os
incas, os maias acreditavam na contagem cíclica natural do tempo. Os rituais e cerimônias eram associados a ciclos terrestres e celestiais que eram observados e registrados em calendários separados. Os sacerdotes maias tinham a tarefa de interpretar esses ciclos e fazer um panorama profético sobre o futuro ou passado com base no número de relações de todos os calendários. A purificação incluia jejum, abstenção sexual e confissão. A purificação era normalmente praticada antes de grandes eventos religiosos. Os maias acreditavam na existência de três planos principais no
cosmo: a Terra, o céu e o
submundo.
Os maias sacrificavam humanos e animais como forma de renovar ou estabelecer relações com o mundo dos deuses. Esses rituais obedeciam diversas regras. Normalmente, eram sacrificados pequenos animais, como perus e codornas, mas nas ocasiões muito excepcionais (tais como adesão ao trono, falecimento do monarca, enterro de algum membro da família real ou períodos de seca) aconteciam sacrifícios de humanos. Acredita-se que crianças eram muitas vezes oferecidas como vítimas sacrificiais porque os maias acreditavam que essas eram mais puras.
Os deuses maias não eram entidades separadas como os deuses gregos. Também não existia a separação entre o bem e o mal e nem a adoração de somente um deus regular, mas sim a adoração de vários deuses conforme a época e situação que melhor se aplicava para aquele deus.
ARQUITETURA
A
arquitetura maia abarca vários milênios; ainda assim, mais dramática e facilmente reconhecíveis como maias são as fantásticas pirâmides escalonadas do final do período pré-clássico em diante. Durante este período da cultura maia, os centros de poder religioso, comercial e burocrático cresceram para se tornarem incríveis cidades como
Chichén Itzá,
Tikal e
Uxmal. Devido às suas muitas semelhanças assim como diferenças estilísticas, os restos da arquitetura maia são uma chave importante para o entendimento da evolução de sua antiga civilização.
[editar] Materiais de construção
Um aspecto surpreendente das grandes estruturas maias é a carência de muitas das
tecnologias incas avançadas que poderiam parecer necessárias a tais construções. Não há notícia do uso de
ferramentas de
metal,
polias ou veículos com
rodas. A construção maia requeria um elemento com abundância, muita força humana, embora contasse com abundância dos materiais restantes, facilmente disponíveis.
Toda a pedra usada nas construções maias parece ter sido extraída de
pedreiras locais; com maior freqüência era usada pedra
calcária, que, ainda que extraída e exposta, permanecia adequada para ser trabalhada e polida com ferramentas de pedra, só endurecendo muito tempo depois.
Além do uso estrutural de pedra calcária, esta era usada em
argamassas feitas do calcário queimado e moído, com propriedades muito semelhantes às do atual
cimento, geralmente usada para revestimentos, tetos e acabamentos e para unir as pedras apesar de, com o passar do tempo e da melhoria do acabamento das pedras, reduzirem esta última técnica, já que as pedras passaram a se encaixar quase perfeitamente. Ainda assim o uso da argamassa permaneceu crucial em alguns tetos de postes e vergas sobre portas e janelas (
dintel).
Quando se tratava das casas comuns, os materiais mais usados eram as estruturas de
madeira,
adobe nas paredes e cobertura de
palha, embora tenham sido descobertas casas comuns feitas de pedra calcária, senão total mas parcialmente. Embora não muito comum, na cidade de
Comalcalco, foram encontrados ladrilhos de
barro cozido, possivelmente solução encontrada para o acabamento em virtude da falta de depósitos substanciais de boa pedra.
[editar] Processo de construção
Todas as evidências parecem sugerir que a maioria dos
edifícios foi construída sobre plataformas aterradas cuja altura variava de menos de um metro, no caso de terraços e estruturas menores, a até quarenta e cinco metros, no caso de grandes templos e pirâmides. Uma trama inclinada de pedras partia das plataformas em pelo menos um dos lados, contribuindo para a aparência bi-simétrica comum à arquitetura maia. Dependendo das tendências estilísticas que prevaleciam na área e época, estas plataformas eram construídas de um corte e um aterro de entulhos densamente compactado. Como no caso de muitas outras estruturas, os relevos maias que os adornavam, quase sempre se relacionavam com o propósito da estrutura a que se destinavam. Depois de terminadas, as grandes residências e os templos eram construídos sobre as plataformas. Em tais construções, sempre erguidas sobre tais plataformas, é evidente o privilégio dado ao aspecto estético exterior em contra-ponto à pouca atenção à utilidade e funcionalidade do interior.
Parece haver um certo aspecto repetitivo quanto aos vãos das construções nos quais os arcos (como curvas) são raros, mas freqüentemente retos, angulados ou imbricados, tentando mais reproduzir a aparência de uma cabana maia, do que efetivamente incrementar o espaço interior. Como eram necessárias grossas paredes para sustentar o teto, alguns edifícios das épocas mais posteriores utilizaram arcos repetidos ou uma abóbada arqueada para construir o que os maias denominavam
pinbal, ou saunas, como a do Templo da Cruz em
Palenque. Ainda que completadas as estruturas, a elas iam-se anexando extensos trabalhos de relevo ou pelo menos reboco para aplainar quaisquer imperfeições. Muitas vezes sob tais rebocos foram encontrados outros trabalhos de entalhes e dintéis e até mesmo pedras de fachadas. Comumente a decoração com faixas de relevos era feita em redor de toda a estrutura, provendo uma grande variedade de obras de arte relativas aos habitantes ou ao propósito do edifício. Nos interiores, e notadamente em certo período, foi comum o uso de revestimentos em reboco primorosamente pintados com cenas do uso cotidiano ou cerimonial.
Há sugestão de que as reconstruções e remodelações ocorriam em virtude do encerramento de um ciclo completo do calendário maia de conta larga, de 52 anos. Atualmente, pensa-se que as reconstruções eram mais instigadas por razões políticas do que pelo encerramento do ciclo do calendário, já que teria havido coincidência com a data da assunção de novos governantes.
Não obstante, o processo de reconstrução em cima de estruturas velhas é uma prática comum. Notavelmente, a acrópole de
Tikal, parece ser a síntese de um total de 1500 anos de modificações arquitetônicas.
- Construções notáveis
Ruínas de construções maias no México.
Estas eram comumente plataformas de pedra calcária com muros de menos de quatro metros de altura onde se realizavam cerimônias públicas e ritos religiosos. Construídas nas grandes plataformas, eram ao menos realçadas com figuras talhadas em pedra e às vezes
tzompantli ou uma estaca usada para exibir as cabeças das vítimas geralmente os derrotados nos jogos de bola mesoamericanos.
Grandes e geralmente muito decorados, os palácios geralmente ficavam próximos do centro das cidades e hospedavam a elite da população. Qualquer palácio real grande ou ao menos que tivesse várias câmaras ou erguido em vários níveis, tem sido chamado de acrópole. Tais construções consistiam de várias pequenas câmaras ou pelo menos um pátio interno, parecendo propositadas a servirem de residência a uma pessoa ou pequeno grupo familiar decorada como tal.
Os arqueólogos parecem estar de acordo em que muitos palácios são também o lugar de muitas tumbas mortuárias. Em
Copán, debaixo de 400 anos de remodelações posteriores, se descobriu a tumba de um de seus antigos governantes e a acrópole de Tikal parece ter sido o lugar de vários sepultamentos do final do período pré-clássico e início do clássico.
Existe, no entanto, alguns arqueólogos que afirmam serem os palácios locais não muito prováveis para a morada da elite governante, uma vez que tais moradas mostram-se demasiadamente infestadas de morcegos e um tanto quanto desconfortáveis; sugerindo - assim - ser um espécie de mosteiro ou quartéis para as comunidades sacerdotais. Nessa linha de pensamento, contudo, caímos em uma outra rua sem saída: não existem comprovações da existência de ordens eclesiásticas ou monásticas nos tempos clássicos. Concluir, portanto, que fossem moradas das classes governamentais - neste contexto - é a solução mais viável; o que não impede a existência de diversas teorias sobre a origem e a função de tais palácios.
Os estudiosos têm denominado de "Grupo E" à freqüentemente encontrada formação de três pequenas construções, sempre situadas a oeste das cidades, tratando-se de um intrigante mistério a sua recorrência.
Estas construções sempre incluem pelo menos uma pequena pirâmide-templo a oeste da praça principal que tem sido aceita como observatório devido ao seu preciso posicionamento em relação ao Sol, quando observado da pirâmide principal nos solstícios e equinócios. Outras teses sugerem que sua localização reproduz ou pelo menos se relaciona com a história da criação do universo segundo a mitologia maia, posto que vários de seus adornos a ela, freqüentemente, se referem.
Com freqüência os templos religiosos mais importantes se encontravam em cima das pirâmides maias, supostamente por ser o lugar mais perto do céu. Embora recentes descobertas apontem para o uso extensivo de pirâmides como tumbas, os templos raramente parecem ter contido sepulturas. A falta de câmaras funerárias indica que o propósito de tais pirâmides não é servir como tumbas e se as encerram isto é incidental.
Pelas íngremes escadarias, se permitia aos sacerdotes e oficiantes o acesso ao cume da pirâmide onde havia três pequenas câmaras com propósitos rituais. Os templos sobre as pirâmides, a mais de 70 metros de altura, como em
El Mirador, de onde se descortinava o horizonte ao longe, constituíram estruturas impressionantes e espetaculares, ricamente decoradas. Comumente possuíam uma crista sobre o teto, ou um grande muro que, teorizam, poderia ter servido para a escrita de sinais rituais para serem vistos por todos.
Como eram ocasionalmente as únicas estruturas que excediam a altura da selva, as cristas sobre os templos eram minuciosamente talhadas com representações dos governantes que se podiam ver de grandes distâncias. Debaixo dos orgulhosos templos estavam as pirâmides que eram, em última instância, uma série de plataformas divididas por escadarias empinadas que davam acesso ao templo.
- Observatórios astronômicos
Os maias foram excepcionais astrônomos e mapearam as fases e cursos de diversos corpos celestes, especialmente da
Lua e de
Vênus.
Muitos de seus templos tinham janelas e miras demarcatórias (e provavelmente outros aparatos) para acompanhar e medir o progresso das rotas dos objetos observados. Templos arredondados, quase sempre relacionados com
Kukulcán, são talvez os mais descritos como observatórios pelos mais modernos guias turísticos de ruínas, mas não há evidências que o seu uso tinha exclusivamente esta finalidade.
Em vários templos sobre pirâmides foram encontradas marcações de miras que indicam que observações astronômicas também foram feitas dali.
Um aspecto do estilo de vida mesoamericano é o seu jogo de bola ritual e seus campos ou estádios, que foram construídos por todo o império maia em grande escala.
Estes estádios normalmente situavam-se nos centros das cidades. Tratava-se de espaços amplos entre duas laterais de plataformas ou rampas escalonadas paralelas, em forma de "
I" maiúsculo direcionado para uma plataforma cerimonial ou templo menor. Tais campos foram encontrados na maioria das cidades maias, exceto nas menores.
CIVILIZAÇÃO ASTECA
HISTORIA
Os
astecas (
1325 até
1521; a forma
azteca também é usada) foram uma
civilização mesoamericana,
pré-colombiana, que floresceu principalmente entre os
séculos XIV e
XVI, no
território correspondente ao atual
México.
Na sucessão de povos mesoamericanos que deram origem a essa civilização destacam-se os
toltecas, por suas conquistas civilizatórias, florescendo entre o
século X e o
século XII seguidos pelos chichimecas imediatamente anteriores e praticamente fundadores do Império Asteca com a queda do
Império Tolteca. Os astecas foram derrotados e sua civilização destruída pelos
conquistadores espanhóis, comandados por
Fernando Cortez.
O controle
político do populoso e fértil
vale do México ficou confuso após
1100. Gradualmente, os astecas, uma
tribo do norte, assumiram o poder depois de
1200. Os astecas eram um
povo indígena da
América do Norte, pertencente ao grupo
nahua. Os astecas também podem ser chamados de
mexicas (daí
México). Migraram para o vale do México (ou Anahuác) no princípio do
século XIII e assentaram-se, inicialmente, na maior ilha do
lago de Texcoco (depois todo
drenado pelos espanhóis), seguindo instruções de seus
deuses para se fixarem onde vissem uma
águia pousada em um
cacto, devorando uma
cobra.A partir dessa base formaram uma aliança com duas outras cidades –
Texcoco e
Tlacopán – contra
Atzcapotzalco, derrotaram-no e continuaram a conquistar outras cidades do
vale durante o
século XV, quando controlavam todo o centro do México como um
Império ou
Confederação Asteca, cuja base econômico-política era o modo de produção tributário. No princípio do
século XVI, seus domínios se estendiam de costa a costa, tendo ao norte os
desertos e ao sul o território
maia.
Os astecas, que atingiram alto grau de sofisticação tecnológica e cultural, eram governados por uma
monarquia eletiva, e organizavam-se em diversas classes sociais, tais como
nobres,
sacerdotes,
guerreiros,
comerciantes e
escravos, além de possuírem uma escrita pictográfica e dois
calendários (
astronômico e
litúrgico).
Ao estudar a
cultura asteca, deve-se prestar especial atenção a três aspectos: a
religião, que demandava
sacrifícios humanos em larga escala, particularmente ao
Deus da
guerra,
Huitzilopochtli; a
tecnologia avançada, como a utilização eficiente das
chinampas (
ilhas artificiais construídas no
lago, com canais divisórios) e a vasta rede de
comércio e sistema de administração tributária.
O império asteca era formado por uma organização estatal que se sobrepôs militarmente a diversos povos e comunidades na Meso-América. Segundo Jorge Luis Ferreira, os astecas possuíam uma superioridade cultural e isso justificaria sua hegemonia política sobre as inúmeras comunidades nestas regiões, o que era argumentado por eles mesmos.
No período anterior a sua expansão os astecas estavam no mesmo estágio cultural de seus vizinhos de outras etnias. Por um processo muito específico, numa expansão rápida, passaram a subjugar, dominar e tributar os povos das redondezas, outrora seus iguais. É importante lembrar estes aspectos pelo fato de terem se tornado dominantes por uma expansão militar, e não por uma suposta sofisticação cultural própria e autônoma.
Apesar de sacrifícios humanos serem uma prática constante e muito antiga na Mesoamérica, os astecas se destacaram por fazer deles um pilar de sua sociedade e religião. Segundo
mitos astecas,
sangue humano era necessário ao
sol, como
alimento, para que o astro pudesse nascer a cada
dia. Sacrifícios humanos eram realizados em grande escala; algumas centenas em um
dia só não era incomum. Os
corações eram arrancados de vítimas vivas, e levantados ao céu em honra aos deuses. Os sacrifícios eram conduzidos do alto de
pirâmides para estar perto dos deuses e o sangue escorria pelos degraus. A
economia asteca estava baseada primordialmente no
milho, e as pessoas acreditavam que as colheitas dependiam de provisão regular de sangue por meio dos sacrifícios.
Durante os tempos de
paz, "guerras" eram realizadas como campeonatos de coragem e de habilidades de guerreiros, e com o intuito de capturar mais vítimas. Eles lutavam com
clavas de
madeira para mutilar e atordoar, e não matar. Quando lutavam para matar, colocava-se nas clavas uma
lâmina de
obsidiana.
Sua civilização teve um fim abrupto com a chegada dos espanhóis no começo do
século XVI. Tornaram-se aliados de
Cortés em
1519. O governante asteca
Moctezuma II considerou o
conquistador espanhol a personificação do Deus
Quetzalcóatl, e não soube avaliar o perigo que seu reino corria. Ele recebeu Cortés amigavelmente, mas posteriormente o
tlatoani foi tomado como refém. Em
1520 houve uma revolta asteca e Moctezuma II foi assassinado. Seu sucessor,
Cuauhtémoc (filho do irmão de Montezuma), o último governante asteca, resistiu aos invasores, mas em
1521 Cortés sitiou Tenochtitlán e subjugou o império. Muitos povos não-astecas, submetidos à Confederação, se uniram aos conquistadores contra os astecas.
O IMPERADOR
Os
imperadores astecas em língua
Nahuatl eram chamados
Hueyi Tlatoani ("O Grande Orador"), termo também usado para designar os governantes das
altepetl (cidades). Os imperadores astecas foram os maiores responsáveis tanto pelo crescimento do império, como para a decadência do mesmo.
Ahuizotl, por exemplo, foi ao mesmo tempo o imperador mais cruel e o responsável pela maior expansão do império. Já
Montezuma II (ou Moctezuma II), tendo sido um imperador justo e pacifico, foi também fraco em suas decisões, permitindo que os
espanhóis entrassem em seus domínios, mesmo após a circulação de histórias de que estes teriam massacrado tribos, abalando fatalmente a solidez de seu império, e finalmente degenerando na sua extinção.
A sucessão dos imperadores astecas não era hereditária de pai para filho, sendo estes eleitos por um consenso entre os membros da
nobreza.
Imperadores
RELIGIÃO
Eram
politeístas (acreditavam em vários
deuses) e acreditavam que se o
sangue humano não fosse oferecido ao
Sol, a engrenagem do
mundo deixaria de funcionar.
Os
sacrifícios eram dedicados a:
No seu panteão havia centenas de deuses. Os principais eram vinculados ao ciclo solar e à atividade
agrícola. Observações
astronômicas e estudo dos
calendários faziam parte do conhecimento dos sacerdotes.
O Deus mais venerado era
Quetzalcóatl, a serpente emplumada. Os sacerdotes formavam um poderoso
grupo social, encarregado de orientar a
educação dos
nobres, fazer previsões e dirigir as
cerimônias rituais. A
religiosidade asteca incluía a prática de
sacrifícios. Segundo o divulgado pelos conquistadores o derramamento de
sangue e a oferenda do
coração de
animais e de
seres humanos eram ritos imprescindíveis para satisfazer os deuses, contudo se considerarmos a relação da
religião com a
medicina encontraremos um sem número de ritos.
Há referências a um Deus sem
face,
invisível e impalpável, desprovido de
história mítica para quem o
rei de
Texoco,
Nezaucoyoatl, mandou fazer um
templo sem
ídolos, apenas uma
torre. Esse rei o definia como "aquele, graças a quem nós vivemos".
MEDICINA
A
antropologia médica situa o conhecimento mítico-religioso como forma de racionalidade médica se este se constitui como um sistema lógico e teoricamente estruturado, que preencha como condições necessárias e suficientes os seguintes elementos:
Pelo menos parcialmente, o sistema asteca preenche tais requisitos. Apresenta-se como teoricamente estruturado, com formação específica (o aprendizado das diversas funções da classe sacerdotal), o relativo conhecimento de anatomia (comparado com sistemas etnomédicos de índios dos desertos americanos ou florestas tropicais) em função, talvez, da prática de sacrifícios humanos mas não necessariamente dependente dessa condição. Há evidências que soldavam fraturas e punham talas em ossos quebrados.
A
dinâmica vital da relação tonal (
tonalli) – nagual (
naualli) ou explicações do efeito de
plantas medicinais são pouco conhecidos, contudo o sistema de intervenções
terapêuticas através de plantas medicinais,
dietas e
ritos são evidentes. A
doutrina médica tradicional por sua vez, também não é bem conhecida.
No sistema diagnóstico encontramos quatro causas básicas: Introdução de corpo estranho por feitiçaria; Agressões sofridas ao duplo (
nagual); Agressões ou perda do tonal; e influências nefastas de espíritos (ares).
Em relação a esse conjunto de patologias, os deuses representavam simultaneamente uma categoria de análise de causa e possibilidade de intervenção por sua intercessão.
Tlaloc estava associado aos ares e
doenças do
frio e da
pele (
úlceras e
lepra) e
hidropsia;
Ciuapipiltin às
convulsões e
paralisia;
Tlazolteotl às doenças do
amor que inclusive causavam a
morte (
tlazolmiquiztli );
Ixtlilton curava as
crianças;
Lume, ajudava as parturientes;
Xipe Totec era o responsável pelas oftalmias
PLANTAS E TECNOLOGIA
O
tabaco e o incenso vegetal (
copalli) estava presente em suas práticas. Seus
ticitl (médicos feiticeiros) em nome dos deuses realizavam ritos de cura com
plantas que contém substâncias
psicodélicas (
Lophophora willamsii ou
peiote;
Psylocybe mexicana,
Stropharia cubensis -
cogumelos com
psilocibina;
Ipomoea violacea e
Rivea coribosa -
oololiuhqui) que ensinam a causa das doenças, mostram a presença de tonal (tonalli), e
sofrimentos infligidos ao duplo
animal ou nagual (
naualli) os casos de
enfeitiçamento ou castigo dos deuses.
Entre os
remédios mais conhecidos estava a
alimentação dos
doentes com dietas a base de
milho,
passiflora (
quanenepilli), o bálsamo do
peru, a
raiz de
jalapa, a
salsaparrilha (
iztacpatli /
psoralea) a
valeriana entre centenas de outras registradas em
códices escritos dos quais nos sobraram
fragmentos.
CIVILIZAÇÃO INCA
HISTORIA
Pesquisas ainda em curso (dezembro de 2004) já comprovam a existência de uma civilização avançada, "
Norte Chico" (Norte Pequeno, em
espanhol), estabelecida em três vales ao norte de
Lima, capital do
Peru, que teriam ascendido em cerca de
3000 a.C. e perdurado por cerca de 1.200 anos até sua queda.
Esta cultura já construía pirâmides de até vinte e seis metros de altura e grandes complexos cerimoniais. Parece certo que mais de vinte centros populacionais competiam entre si para produzir a arquitetura mais impressionante.
Há provas de que a cultura do "
Norte Chico" tinha religião de culto antropomórfico, praticava a agricultura irrigada e o comércio, notadamente troca de algodão plantado por peixe, com povos das planícies.
Por volta de
1800 a.C., este povo deixou a região, possivelmente propagando seus avançados conhecimentos, podendo haver alguma relação com o surgimento da cultura posterior que se estabeleceu no vale do rio Casma.
Posteriormente (cerca de
800 a.C.) surge em
Chavin de Huantar o embrião do estado teocrático andino; do ano
50 até cerca do ano
700 a civilização
mochica floresce, e aproximadamente no ano
1000 explode a cultura
Tiahuanaco.
Os incas, originários das montanhas do
Peru, expandiram o seu controle a quase toda região dos
Andes. A civilização inca alcançou o seu apogeu no
século XV, sob
Pachacuti. Entre as suas realizações culturais está a arquitetura, a construção de estradas, pontes e engenhosos sistemas de irrigação.
IMPERIO INCA
O imperador
Pachacuti foi o homem mais poderoso da antiga América já que enviou várias expedições para conquista de terras. Quando os oponentes se rendiam eram bem tratados mas quando resistiam havia pouca clemência. Com as conquistas, Pachacuti acrescentava não apenas mais terras ao seu domínio como guerreiros sob seu comando. Sendo talentoso diplomata, antes das invasões, Pachacuti enviava mensageiros para expor as vantagens de os povos conquistados se unirem pacificamente ao império Inca. O acordo proposto era de que, se os dominados cedessem suas terras, manteriam um controle local exercido pelos dignitários locais que seriam tratados como nobres do Império e os seus filhos seriam educados em troca da integração ao Império e plena obediência ao Inca.
Os incas tinham um exército muito bem treinado e organizado. Quando os incas conquistavam um lugar, o povo era submetido a tributação pela qual prestavam serviços designados pelos conquistadores. Os incas encorajavam as pessoas a se juntarem ao Império e quando isto ocorria eram sempre bem tratadas. Serviços postais eram então estabelecidos por mensageiros (
chasquis) que entregavam mensagens oficiais entre as maiores cidades. Notícias também eram veiculadas pelo sistema
Chasqui na velocidade de 125 milhas por dia. Os incas também promoviam a mudança de populações conquistadas como parte da criação a "Rodovia Inca", que foi idealizada para ser usada nas guerras, para o transporte de bens e outros propósitos. Esta troca de populações (
manay) acabou promovendo a troca de informações e propagação da cultura Inca. Todo o Império Inca foi unido por excelentes estradas e pontes. Sua extensão máxima era de 4.500 km de comprimento por 400 km de largura, o que dava 1,800,000 km² de extensão.
O período de máxima expansão do Império Inca ocorre a partir do ano
1450 quando chegou a cobrir a região
andina do
Equador ao centro do
Chile, com mais de 3000 quilômetros de extensão.
[editar] Imperadores incas
O primeiro imperador Inca foi
Manco Capac, que reinou por volta do ano
1200. Os detalhes de vários dos primeiros imperadores foram perdidos durante a invasão espanhola.
A CONQUISTA ESPANHOLA
Antecedentes
Quando
Huayna Capac se tornou o imperador inca, houve uma
guerra de sucessão que algumas fontes sustentam que durou cerca de doze anos. A causa alegada da guerra é que
Huayna fora muito cruel com o povo.
Rumores se espalharam pelo
Império Inca como
fogo sobre um estranho
"homem barbado" que
"vivia numa casa no mar" e tinha
"raios e trovões em suas mãos". Este homem estranho começava a matar muitos dos
soldados incas com doenças que trouxera.
Quando
Huayna Capac morreu, o império estava desgastado e ocorreu uma disputa entre seus dois filhos.
Cuzco, que era a capital, havia sido dada para o suposto novo imperador
Huascar, que foi considerado como pessoa horrível, violento e quase louco atribuindo-se a ele o assassinato da própria mãe e da sua irmã que forçara a desposá-lo.
Atahualpa reivindicava ser o filho favorito de Huayna Capac, posto que a ele fora dado o território ao norte de
Quito (cidade moderna do
Equador) razão porque Huascar teria ficado muito bravo.
A
guerra civil de sucessão se travou entre os dois irmãos, chamada
Guerra dos Dois Irmãos, na qual pereceram cerca de cem mil pessoas.
Depois de muita luta,
Atahualpa derrotou
Huascar e então, conta-se, era Atahualpa que estava enlouquecido e violento, tratando os perdedores de forma horrível. Muitos foram apedrejados (nas costas) de forma a ficarem incapacitados, nascituros eram arrancados dos ventres das mães, aproximadamente 1500 membros da família real, incluindo os filhos de Huascar foram decapitados e tiveram seus corpos pendurados em estacas para exibição. Os plebeus foram torturados.
Atahualpa pagou um terrível preço para tornar-se imperador. Seu império estava agora abalado e debilitado. Foi neste momento crítico que o "
homem barbado" e seus estranhos chegaram, cena final do
Império Inca.
Este estranho homem barbudo veio a ser
Francisco Pizarro e seus espanhóis da "Castilla de Oro" que capturaram Atahualpa e seus nobres em
16 de novembro, do ano de
1532.
[editar] A dominação espanhola
Atahualpa estava em viagem quando
Francisco Pizarro e seus homens encontraram o seu acampamento. Pizarro enviou um mensageiro a Atahualpa perguntando se podiam se reunir. Atahualpa concordou e se dirigiu ao local onde supostamente iriam conversar e quando lá chegou, o local parecia deserto. Um homem de Pizarro,
Vicente de Valverde interpelou Atahualpa para que ele e todos os incas se convertessem ao cristianismo, e se ele recusasse, seria considerado um inimigo da Igreja e de Espanha.
Como era esperado, Atahualpa discordou, o que foi considerado razão suficiente para que Francisco Pizarro atacasse os incas. O exército espanhol abriu fogo e matou os soldados da comitiva de Atahualpa e, embora pretendesse matar o Inca, aprisionou-o, pois tinha planos próprios.
Uma vez feito prisioneiro, Atahualpa não foi maltratado pelos espanhóis, que permitiram que ele ficasse em contacto com seu séquito. O imperador inca, que queria libertar-se, fez um acordo com Pizarro. Concordou em encher um quarto com peças de
ouro e outro um com peças de
prata em troca da sua liberdade. Pizarro não pretendia libertar Atahualpa mesmo depois de pago o resgate porque necessitava de sua influência naquele momento para manter a ordem e não provocar uma reação maior dos incas que acabavam de tomar conhecimento dos espanhóis.
Além disto, Huáscar ainda estava vivo e Atahualpa, percebendo que ele poderia representar um governo fantoche mais conveniente para a dominação por Pizarro, ordenou a execução de Huáscar. Com isto, Pizarro sentiu a frustração de seus planos e acusou Atahualpa de doze crimes, sendo os principais o assassínio de Huáscar, prática de idolatria e conspiração contra o Reino de Espanha, sendo julgado culpado por todos os crimes condenado a morrer queimado.
Já era noite alta quando Francisco Pizarro decidiu executar Atahualpa. Depois de ser conduzido ao lugar da execução, Atahualpa implorou pela sua vida. Valverde, o padre que havia presidido o processo propôs que, se Atahualpa se convertesse ao cristianismo, reduziria a sentença condenatória. Atahualpa concordou em ser batizado e, em vez de ser queimado na fogueira, foi morto por estrangulamento no dia
29 de agosto de
1533. Com a sua morte também acabava a "existência independente de uma raça nobre".
A morte de Atahualpa foi o começo do fim do
Império Inca.
A instabilidade ocorreu rapidamente. Francisco Pizarro nomeou
Toparca, um irmão de Atahualpa, como regente fantoche até a sua inesperada morte. A organização inca então se esfacelou. Remotas partes do império se rebelaram e nalguns casos formavam alianças com os espanhóis para combater os incas resistentes. As terras e culturas foram negligenciadas e os incas experimentaram uma escassez de alimentos que jamais tinham conhecido. Agora os incas já haviam aprendido com os espanhóis, o valor do ouro e da prata e a utilidade que antes desconheciam e passaram a pilhar, saquear e ocultar tais símbolos de riqueza e poder. A proliferação de doenças comuns da Europa para as quais os incas não tinham defesa se disseminaram e fizeram o seu papel no morticínio de centenas de milhares de pessoas.
O ouro e a prata tão ambicionados por Pizarro e os seus homens estava em todo o lugar e nas mãos de muitas pessoas, subvertendo a economia com a enorme inflação. Um bom cavalo passou a custar $7000 até que, por fim, os grãos e gêneros alimentícios acabaram mais valiosos que o precioso ouro dos espanhóis. A grande civilização inca, tal como conhecida, já não existia.
[editar] Após a conquista espanhola
O Império Inca foi derrubado por menos de duzentos homens e vinte e sete cavalos mas também por milhares de ameríndios que se juntaram às tropas espanholas por descontentamento em relação ao tratamento dado pelo Império Inca.
Francisco Pizarro e os espanhóis que o seguiram oprimiram os incas tanto material como culturalmente, não apenas explorando-os pelo sistema de trabalho de "mitas" para extração da prata
Potosí, como reprimindo as suas antigas tradições e conhecimentos. No que se refere à agricultura, por exemplo, o abandono da avançada técnica agrícola inca acabou instalando uma persistente era de escassez de alimentos na região.
Uma parte da herança cultural foi mantida, tratando-se das línguas
quíchua e
aimará, isto porque a
Igreja Católica escolheu estas línguas nativas como veículo da evangelização dos incas, daí passarem a escrevê-las com caracteres latinos e ensiná-las como jamais ocorrera no Império Inca, fixando-as como as línguas mais faladas entre as dos ameríndios.
Mais tarde, a exploração opressiva foi objeto de uma rebelião cujo líder
Tupac Amaru considerado o último inca, acabou inspirando o nome do movimento revolucionário
peruano do
século XX, o
MRTA, e o movimento uruguaio dos
Tupamaros. A história de planeamento econômico dos incas e boas doses de
maoísmo são também a inspiração revolucionária do atual movimento
Sendero Luminoso no Peru
ECONOMIA
O
Império Inca tinha uma organização econômica de caráter próximo ao
modo de produção asiático, na qual todos os níveis da sociedade pagavam tributos ao imperador, conhecido como
O Inca.
O Inca era divinizado sendo carregado em liteiras com grande pompa e estilo. Usava roupas,
cocares e adornos especiais que demonstravam sua superioridade e poder. Ele reivindicava seu poder dizendo-se descendente de deuses (origem divina do poder real). Abaixo d'
O Inca havia quatro principais classes de cidadãos.
A primeira era a família real, nobres, líderes militares e líderes religiosos. Estas pessoas controlavam o Império Inca e muitos viviam em
Cusco. A seguir, estavam os governadores das quatro províncias em que o Império Inca era dividido. Eles tinham muito poder pois organizavam as tropas, coletavam os tributos cabendo-lhes impor a lei e estabelecer a ordem. Abaixo dos governadores estavam os oficiais militares locais, responsáveis pelos julgamentos menos importantes e a resolução de pequenas disputas podendo inclusive atribuir castigos. Mais abaixo estavam os camponeses que eram a maioria da população.
Entre os camponeses, a estrutura básica da organização territorial era o
ayllu. O
ayllu era uma comunidade aldeã composta por diversas famílias cujos membros consideravam possuir um antepassado comum (real ou fictício). A cada
ayllu correspondia um determinado território. O
kuraca era o chefe do
ayllu. Cabia-lhe a distribuição das terras pelos membros da comunidade aptos para o trabalho.
Havia três ordens de trabalhos agrícolas:
- realizados em benefício do Inca e da família real;
- destinados à subsistência da família, realizados no pedaço de terra que lhe cabia;
- realizados no seio da comunidade aldeã, para responder às necessidades dos mais desfavorecidos.
De fato, o sistema de ajuda entre as famílias estava muito desenvolvido. Para além das terras colectivas, havia reservas destinadas a minorar as carências em tempos de fome ou a serem usadas sempre que a aldeia era visitada por uma delegação do Inca.
Outro dos deveres de cada membro da comunidade consistia em colaborar nos trabalhos colectivos, como por exemplo a manutenção dos canais de irrigação.
Os nobres foram chamados pelos espanhóis de "orelhões", devido à impressão que tiveram de suas enormes orelhas, aumentadas pelos grandes pendentes que usavam. Os "orelhões" eram educados em escolas especiais durante quatro anos. Eles estudavam a
língua quíchua, religião, quipos, história, geometria, geografia e astronomia. Ao terminar os estudos, eles se graduavam em uma cerimônia solene, onde demonstravam sua preparação passando em algumas provas.
Eles se vestiam de branco e se reuniam na Praça de
Cusco. Todos os candidatos tinham o cabelo cortado e levavam na cabeça um llauto negro com plumas. Depois de rezarem ao sol, lua e ao trovão, eles subiam a colina de Huanacaui, onde ficavam em jejum, participavam de competições e dançavam.
Mais tarde, o Inca lhes entregava umas calças justas, um diadema de plumas e um peitoral de metal. Finalmente ele perfurava a orelha de cada um pessoalmente com uma agulha de ouro, para que pudessem usar seus pendentes característicos, próprios de sua categoria.
Os "orelhões" tinham vários privilégios, entre eles a posse de terras e a poligamia. Eles recebiam presentes do monarca, tais como mulheres, lhamas, objetos preciosos, permissão para usar liteiras ou trono.
Eles constituíam os funcionários do Império. Em primeiro lugar estavam os quatro apu, ou administradores das quatro partes do Império que assessoravam diretamente o Imperador. Abaixo deles estavam os tucricues, ou governadores das províncias que residiam em suas capitais, e eram periodicamente inspecionadas.
Os incas incumbiam os dominados do trabalho que cada um deveria executar, o quanto e qual terra poderiam cultivar e quão longe poderiam viajar. Depois de se adaptar a tais regras, eram bem vistos pelos dominadores.
Se um inca era acusado de furto mas isto não era provado, o próprio oficial local incumbido de manter a ordem era punido por não fazer seu trabalho corretamente.
Inválidos e incapazes eram auxiliados a prover sua subsistência com trabalho. Às mulheres casadas eram distribuídas meadas de lã para confecção de roupas.
Todos os incas eram obrigados a trabalhar para o Império e para os seus deuses domésticos (
mita).
Os incas não tinham liberdade de viajar e os filhos sempre tinham de seguir o ofício dos pais. O Império Inca foi dividido em quatro partes. Todas as atividades dos habitantes eram supervisionadas pelos funcionários do Império.
Moeda
Os incas não usavam dinheiro propriamente dito. Eles faziam trocas ou
escambos nos quais mercadorias eram trocadas por outras e mesmo o trabalho era remunerado com mercadorias e comida. Serviam como moedas sementes de cacau e também conchas coloridas, que eram consideradas de grande valor.
Agricultura
No apogeu de civilização inca, cerca de
1400, a agricultura organizada espalhou-se por todo o império, desde a
Colômbia até o
Chile, com o cultivo de grãos comestíveis da planície litorânea do pacífico, passando pelos altiplanos andinos e adentrando na planície amazônica oriental.
Calcula-se que os incas cultivavam cerca de setecentas espécies vegetais. A chave do sucesso da agricultura inca era a existência de estradas e trilhas que possibilitavam uma boa distribuição das colheitas numa vasta região.
As principais culturas vegetais eram as batatas (semilha), batatas doce (batatas), milho, pimentas, algodão, tomates, amendoim, mandioca, e um grão conhecido como
quinua.
O plantio era feito em terraços e já usavam a adiantada técnica das curvas de nível sendo os primeiros a usar o sistema de irrigação.
Os incas usavam varas afiadas e arados para revolver o solo, e usavam também a
lhama para transporte das colheitas, embora tais animais fornecessem também lã para fazer tecidos, mantas e cordas, couro e carne.
Ervas aromáticas e medicinais também eram plantadas e as folhas de coca, eram reservadas para a elite. Toda a produção agrícola era fiscalizada pelos funcionários do império.
Caça
Os incas usavam o arco de flechas e zarabatanas para caçar animais como
cervos, aves e peixes que lhes forneciam carne, couro e plumas que usavam em seus tecidos. A caça era coletiva e o método mais usual era de formar um grande círculo que ia se fechando sobre um centro para onde iam os animais.
SOCIEDADE
Em Cusco em 1589, Don Mancio Serra de Leguisamo – o último sobrevivente dos primeiros conquistadores do Peru – escreveu no preâmbulo de seu testamento o seguinte, em partes:
Encontramos esses reinos em tal bom estado, e os Incas os governavam de maneira tão sabia, que entre eles não havia um ladrão ou um viciado, não havia uma adúltera, ou sequer uma mulher má admitida entre eles, não havia tampouco pessoas imorais. Os homens tinham ocupações honestas e úteis. As terras, florestas, minas, pastos, casas e todos os tipos de produtos eram controlados e distribuídos de tal forma que cada um sabia o que lhe pertencia, sem que outro tomasse ou ocupasse algo alheio, ou fizesse queixas a respeito… o motivo que me obriga a fazer estas declarações é a libertação da minha consciência, visto que me considero culpado. Pois destruímos, com nosso mal exemplo, as pessoas que tinham tal governo como o que era desfrutado por esses nativos. Eram tão livres do cometimento de crimes ou excessos, tanto os homens quanto as mulheres, que o índio que tinha 100 000 pesos em ouro e prata em sua casa a deixava aberta, meramente deixando uma pequena vara contra a porta, como sinal de que seu mestre estava fora. Com isso, de acordo com seus costumes, ninguém poderia entrar ou levar algo que estivesse ali. Quando viram que colocávamos cadeados e chaves em nossas portas, supuseram que fosse por medo deles, para que eles não nos matassem, mas não porque acreditassem que alguém poderia roubar a propriedade de outro. Assim, quando descobriram que havia ladrões entre nós, e homens que buscavam fazer as suas filhas cometerem pecados, nos desprezaram.
RELIGIÃO
Os Incas eram extremamente religiosos e viam o Sol e a Lua como entidades divinas às quais suplicavam suas bençãos, fosse para melhores colheitas, fosse para o êxito em combates com grupos rivais. O deus Sol era o deus masculino e acreditavam que o Rei descendia dele. Atribuíam ao deus Sol qualidades espirituais, transmitidas à mente pela mastigação da folha de
coca, daí as profecias que justificaram a criação de
templos sagrados construídos nas encostas íngremes das montanhas andinas.
[2]
Os incas construíram diversos tipos de casas consagradas às suas divindades. Alguns dos mais famosos são o
Templo do Sol em
Cusco, o templo de Vilkike, o templo do
Aconcágua (a montanha mais alta da América do Sul) e o Templo do Sol no
Lago Titicaca. O Templo do Sol, em Cusco, foi construído com pedras encaixadas de forma fascinante. Esta construção tinha uma circunferência de mais de 360 metros. Dentro do templo havia uma grande imagem do sol. Em algumas partes do templo havia incrustações douradas representando espigas de milho,
lhamas e punhados de terra. Porções das terras incas eram dedicadas ao deus do sol e administradas por sacerdotes.
Os sumo-sacerdotes eram chamados
Huillca-Humu, viviam uma vida reclusa e monástica e profetizavam utilizando uma planta sagrada chamada
huillca ou
vilca [1] (
Acácia cebil) com a qual preparavam uma
chicha de propriedades
enteógenas que era bebida na "Festa do Sol",
Inti Raymi. A palavra
quíchua Huillca significa, simplesmente, algo "santo", "sagrado".
[editar] Lugares sagrados
A religião era
politeísta, constituída de forças do bem e do mal. O bem era representado por tudo aquilo que era importante para o homem como a chuva e a luz do Sol, e o mal, por forças negativas, como a seca e a guerra.
Os
huacas, ou lugares sagrados, estavam espalhados pelo território inca.
Huacas eram entidades divinas que viviam em objetos naturais como montanhas, rochas e riachos. Líderes espirituais de uma comunidade usavam rezas e oferendas para se comunicar com um
huaca para pedir conselho ou ajuda.
[editar] Sacrifícios
Os incas ofereciam sacrifícios tanto humanos como de animais nas ocasiões mais importantes, maioria das vezes em rituais ao nascer do sol. Grandes ocasiões, como nas sucessões imperiais, exigiam grandes sacrifícios que poderiam incluir até duzentas crianças. Não raro as mulheres a serviço dos templos eram sacrificadas, mas a maioria das vezes os sacrifícios humanos eram impostos a grupos recentemente conquistados ou derrotados em guerra, como tributo à dominação. As vítimas sacrificiais deviam ser fisicamente íntegras, sem marcas ou lesões e preferencialmente jovens e belas.
De acordo com uma lenda, uma menina de dez anos de idade chamada
Tanta Carhua foi escolhida pelo seu pai para ser sacrificada ao imperador inca. A criança, supostamente perfeita fisicamente, foi enviada a
Cusco onde foi recebida com festas e honrarias para homenagear-lhe a coragem e depois foi enterrada viva em uma tumba nas montanhas andinas. Esta lenda prescreve que as vítimas sacrificiais deveriam ser perfeitas, e que havia grande honra em conhecerem e serem escolhidas pelo imperador, tornando-se, depois da morte, espíritos com caráter divino que passariam a oficiar junto aos sacerdotes. Antes do sacrifício, os sacerdotes adornavam ricamente as vítimas e davam a ela uma bebida chamada
chicha, que é um fermentado de milho, até hoje apreciada.
CULTURA
A infância de um inca pode parecer severa para os padrões atuais. Ao nascer, os incas lavavam o bebê com água fria e o embrulhavam numa manta e o colocavam em uma cova feita no chão. Quando a criança alcançava um ano de idade, se esperava que andasse ou ao menos engatinhasse sem qualquer ajuda. Aos dois anos de idade, as crianças eram submetidas a ritual no qual se lhes cortavam os cabelos, determinando assim o fim da infância. Desde então, os pais esperavam que os filhos ajudassem em tarefas ao redor da casa. A partir daí as crianças eram severamente castigadas quando se portavam mal. Aos quatorze anos os meninos eram vestidos com uma tanga sendo então declarados adultos. Os meninos mais pobres eram submetidos a vários testes de resistência e de conhecimento, ao fim dos quais lhes eram atribuídos adornos (brincos) coloridos e armas. As cores dos brincos determinavam o lugar hierárquico que ocupariam na sociedade
OS QUIPOS
Se bem que o império fosse muito centralizado e extremamente estruturado – e até, pode dizer-se, burocrático –, não havia um
sistema de escrita. Para gerir o império eram utilizados os
quipus (
quipus), cordões de lã ou outro material onde são codificadas mensagens.
Destinavam-se os quipos a manterem estatísticas permanentemente actualizadas. Regularmente procedia-se a recenseamentos da população extremamente completos (por exemplo, número de habitantes por idade e sexo). Registava-se ainda o número de cabeças de gado, os tributos pagos ou devidos aos diversos povos, o conjunto de entradas e saídas dos armazéns estatais, etc. Mediante os registos procurava-se equilibrar a oferta e a procura, numa tentativa de planificação da economia.
Mais concretamente, o quipo é constituído por um cordão a que se liga a cordões menores de diferentes cores, tanto paralelamente como partindo de um ponto comum. Os números eram dados pelos nós e as significações pelas cores.
Os nós das extremidades inferiores representam as unidades. Acima ficam as dezenas, mais acima as centenas e, por último, os milhares e as dezenas de milhar. Saliente-se que, para além de utilizarem o sistema decimal, os índios conceberam o equivalente do zero: um intervalo maior entre os nós, ou seja, um sítio vazio. Ignora-se o significado dos nós complexos, porventura reservados aos múltiplos.
Quanto às cores, indicavam os significados ou qualidades. Mas como o número de cores e seus matizes é limitado, muito inferior ao número de objectos a recensear, o significado das cores variava de acordo com a significação geral do quipo. Era pois necessário conhecer a significação geral do quipo para se poder interpretá-lo. Por exemplo: o amarelo referia-se ao ouro nas estatísticas referentes aos despojos de guerra e ao milho nas referentes à produção.
A fim de facilitar a leitura, as pessoas e coisas eram dispostas de acordo com uma hierarquia imutável. Assim, nos quipos demográficos, os homens ocupavam o primeiro lugar, seguidos das mulheres e, por fim, das crianças. Nos recenseamentos de armas a ordem era a seguinte: lanças, flechas, arcos, zagaias, clavas, achas e fundas.
A ausência de cordão secundário ao longo do principal, assim como a falta de uma cor, possuía determinado significado, exactamente como acontecia com a ausência de nó no cordão (zero).
Os intérpretes dos
quipus, os
quipucamayucs (ou seja, "guardiães dos quipos"), possuíam uma excelente memória, cuja fidelidade era assegurada por um processo radical: qualquer erro ou omissão era punido com a pena de morte. Cada
quipucamayuc especializava-se na leitura de determinada categoria de cordões: religiosos, militares, económicos, demográficos, etc. Cabia-lhes igualmente instruir os seus filhos, para que estes mais tarde lhes sucedessem.
Para melhor fixar as narrativas, o
quipucamayuc cantava-as, como uma melopéia.
Os quipos serviam ainda para o registo de factos históricos e ritos mágicos. No entanto, ao contrário dos estatísticos, estes
quipus ainda não foram decifrados
MEDICINA
Os incas fizeram muitas descobertas farmacológicas. Usavam o
quinino no tratamento da
malária com grande sucesso. As folhas da
coca eram usadas de modo geral como analgésicos, e para minorar a fome, embora os mensageiros
Chasqui as usassem para obter energia extra. Outra terapia comum e eficiente era o banho de ferimentos com uma cocção de casca de pimenteiras ainda morna.
Entre as práticas médicas dessa civilização que ainda intrigam os pesquisadores está o procedimento cirúrgico conhecido como
trepanação realizado com mais freqüência em homens adultos, (provavelmente para tratar os ferimentos sofridos durante o combate). Ainda hoje, procedimento similar é realizado para aliviar a pressão causada pelo acúmulo de fluidos após
trauma craniano grave. Há evidências que as técnicas cirúrgicas foram padronizadas e aperfeiçoadas ao longo do tempo, face ao fato de que os crânios mais antigos não mostrarem nenhum sinal da consolidação óssea, após a operação, sugerindo que o procedimento foi provavelmente fatal. ao contrário dos encontrados mais recentemente cujas taxas de sobrevivência se aproximou de 90 por cento, com níveis de infecção muito baixo, segundo os pesquisadores.
MUSICA
Os incas tocavam música em tambores e instrumentos de sopro que incluem as flautas,
flauta de pan,
quena e trombetas feitas de conchas marinhas ou de cerâmica
ARTESANATO
Os incas produziam artefatos destinados ao uso diário ornados com imagens e detalhes de deuses. Era comum na cultura inca o uso de formas geométricas abstractas e representação de animais altamente estilizados no feitio de cerâmicas, esculturas de madeira, tecidos e objetos de metal. Eles produziam belos objetos de ouro e as mulheres produziam tecidos finos com desenhos surpreendentes
CULINARIA
A comida inca consistia principalmente de vegetais, pães, bolos, mingaus de cereais (notadamente de milho ou aveia), e carne (assados ou guisados), comumente de
caititus (porcos selvagens) e de lhama. Apesar da dieta dos incas ser muito variada, havia muitas diferenças entre os alimentos consumidos pelos diversos setores da sociedade.
A gente do povo só comia duas refeições por dia. O prato comum dos Andes era o
chuño, ou farinha de batata desidratada. Adicionava-se água, pimentão ou pimenta, e sal para então servir. Eles também preparavam o
locro com carne seca ou cozida, com muito pimentão, pimenta, batatas e feijão. Eles comiam ainda grandes quantidades de frutas, como a pêra picada ou o
tarwi. O milho era bastante consumido e era preparado fervido ou torrado.
Os nobres e a família real se alimentavam muito melhor do que o povo. Na mesa do Inca não podia faltar carne, mas era escassa para o povo. Ele comia carne de lhama, de vicunha, patos selvagens, perdizes da puna, rãs, caracóis e peixe.
A refeição começava com frutas. Depois vinham as iguarias, apresentadas sobre uma esteira de juncos trançados eram estendidos no solo. O Inca se acomodava em seu assento de madeira, coberto com uma tela fina de lã e indicava o que lhe agradava. Daí, uma das mulheres de seu séqüito o servia em um prato de barro ou de metal precioso, que segurava entre suas mãos enquanto o Inca comia. As sobras e tudo que o Inca havia tocado, devia ser guardado em um cofre e queimado logo depois, dispersando as cinzas.
VESTUARIO
O homem inca usava uma túnica sem mangas que descia à altura do joelho e às vezes uma pequena capa. A mulher inca tinha diversas roupas que a cobriam integralmente e frequentemente usavam sandálias de couro. Nas estações mais frias todos usavam longos mantos de lã sobre os ombros presos por alfinetes na frente.
Os incas gostavam de se adornar. Quanto mais ricos e elaborados os tecidos mais dispendiosos e caros, e acabavam por demonstrar o nível social do usuário.
Os incas usavam seus gorros de lã com cores tribais que designavam-lhes as origens.
Os homens incas usavam muito mais joias que as mulheres. Os mais ricos usavam pulseiras de ouro e brincos enormes, quanto maior o brinco mais importante era a pessoa que o usava. Os guerreiros usavam colares feitos com os dentes de suas vítimas.